sexta-feira, 9 de abril de 2010

Você sabe como eu sou despreocupada
que me encerro neste quarto e me permito
todas as divagações, as fantasias
obsessões, perseguições, todos os dias
você sabe que eu me viro de inventos
que eu me reparto e dou crias
que eu mal me resolvo e me aguento
carrego pedras no bolso
e enfrento ventanias.
Você sabe como eu sou desorientada
raciocínio pelo instinto e cometo
fugas de túnel de ladra de galeria
uso malhas e madras manhas e lenhas
e percorro superfícies
em que você escorregaria
Mas você sabe como eu sou de subsolos
de subterfúgios, de subversos subliminares
como eu sou de submundos
subterrãneos, de sub-reptícias folias
meio de circo, meio de vida, ervas, panfletos, fluídos, presságios
quebrantos, reviras de sensações e cismas, filosofias

de como eu sou de estradas, andanças, pressentimentos
atmosférica e vadia gato da noite, de crises, de sons de piano e ate de bailarina ..
ouros, musicas e circunstâncias de vinho e de companhia.

Que eu sou de todas as misturas , todas as formas e sintonias
e enfrento esse aperto, essas normas, forças, pressões, imposições, o poderio
os intervalos, o silêncio da maioria.

Você sabe de toda minha luta
mesmo quando a intenção silencia
que eu não cedo, não desisto
a todo custo, a toda faca, a todo risco
eu sobrevivo de paixão e liberdade

Você sabe bem de minha fraude
Você conhece ate as minhas alquimias.

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