quarta-feira, 22 de julho de 2009

nossa

Inumeras coisas me fazem perceber que eu preciso recomecar a viver.
Hoje eu vou falar de uma pessoa que voce ate conhece, eu mesma, mas que em algum lugar se escondeu.
Eu me lembro da epoca em que eu seguia meus interesses. Em que se algo era chato para mim eu deixava bem claro isso. Sem querer eu propunha uma outra brincadeira, ou me deitava no chao dizendo estar cansada ou pedia para ir ao banheiro.
Quando se e crianca acaba-se por natureza sendo fiel aos seus reais interesses. E os reais interesses e que nos fazem pessoas felizes. Hoje quase que nao sabemos ao certo quais sao realmente eles.
Entao quando eu era crianca, o que eu gostava eu fazia e era simples.
Eu era capaz de fazer a mesma brincadeira, centenas de vezes. Porque justamente eram essas inumeras vezes que eu pensava repetir e que saiam diferentes, que me rediam muitas risadas.
Eu nao me lembro de querer controlar nada, nem eu e nem os outros. Eu so queria viver algo bom.
Mas hoje em dia vejo muita gente desesperada em controlar, como se a vida nao pudesse ter o minimo de criatividade com ela.Como se a brincadeira nao pudesse ser diferente. Ela dita o jogo se nao ela leva a bola embora..aah que chatisse vai!
Mas voltando aqui, se pular me fazia rir, porque nao morrer de pular na cama ate ficar sem ar? Pular de mil formas diferentes, caindo, levantando..
Quando se e crianca agente descobre todos os dias formas simples de se fazer alegrias e se isso envolve pular e cair.. vamos levantar entao.
Diante do novo e arriscado, diante de algo que me parecia muito maior. Tudo conspirava ao meu favor, era incrivel e impressionante!!
Quer ver? Como por exemplo, atravessar a grade de ferro da casa do meu avo para espiar o barbeiro que trabalhava sossegado no salao vizinho. Porque nao?Passar primeiro com cabeca e depois com o resto do corpo pelas grades. Era um espassinho minusculo que divida eu e um grande feito.
Diante do novo era preciso ver o que se era, pesquisar mesmo: cheirar, tocar, pensar em fazer de mil maneiras novas e ate estranhas. Realmente assumir a condicao de nao saber nada. Com isso o NOVO nao era percebido com resistencia, havia sempre uma enorme oportunidade.
Depois era necessario contar o que se havia feito, algo muito diferente e meu coracao acelerava de novo, como da primeira vez e eu gostava disso.
Embora tudo pudesse ser maior: os objetos as pessoas o mundo, nada era maior que eu mesma com meus Sonhos e tamancos. E para isso a humildade diante do desconhecido era a minha Forca.
Quando se e crianca sabe-se respeitar o seu proprio Ritmo. Se esta cansado se dorme, nao importa onde. Se esta com fome voce pode se irritar com isso, voce pode ate pedir o lanche do amigo e ouvir um nao como resposta! E no fundo voce nao se sente no direito de ficar ofendido, afinal talvez voce faria o mesmo e voce sabe disso.
E assim, todo mundo se entendia pois a base era sempre sincera. Voce ama, entao abraca e aperta, voce gosta, enato oferece tudo que e seu. E se o outro te incomoda nada melhor que fazer aquela cara estampando a sua profunda irritacao.Tudo dependia do seu ritmo e ele nada mais era, que a nossa Verdade.
A nossa verdade, ela mesma. E voce nunca se quer devia uma satisfacao, uma desculpa terrivelmente esfarrapada, daquelas que o outro lado tambem sabe que e.
Pois o ritimo do corpo e do espirito esta ai e entao eu te pergunto o que fazemos com ele hoje?
Uma outra coisa muito simples e que quando erramos e somos criancas nao consideramos nossos erros motivos de insucessos. Simplesmente nossos erros sao informacoes que guardamos por nossas vidas e elas sao preciosas. Nao me lembro de cair da bicicleta e me punir por isso anos e anos. Ja tinha doido o suficiente.
Sera que voce me entende?
Nao me lembro de acreditar que se cometesse ERROS as pessoas deixariam de me amar ou nao me acharia boa o suficiente. Alias que status e esse de boa o suficiente?Entao por que diabos vivemos com o prazer de julgar a nos e aos outros?
Eu trago docuras para mim de lembrar que eu gostava de brincar com a vida me vestindo com os saiotes da Dona Bergamo Ferrari. Que eu usava seu po de arroz e seu batom, mexia nos seus colares, na sua biblia e ainda por cima pegava o coador de pano escondido, para fazer meu proprio café.
Nesses momentos eu podia viajar, ser outras pessoas e sonhar.
Alias quando eu acordava eu desenhava meus sonhos e contava sobre eles e continuava sonhando acordada.E se eles me traziam medo todo mundo sabia.
Haviam dias que eu queria ser professora e outros acougueira. E isso era admitido com naturalidade.
Mas hoje quantos se envergonham de mudar seus planos e opnioes? Seus tracados nas folhas escritas por eles mesmos. Por que hoje a vida as vezes e tao chata a nossa volta e so existe lapis e nao borracha ? Para se tentar criar novos contextos, para se criar alegrias?
Eu adorava contar segredos e historias e na minha vida se eu nao gostasse do enrredo eu mudava. Era assim e sempre deveria ser.
E haviam muitos espacos para diferentes dancas no meio da sala e herois que resolviam tudo ou pelo menos quase.
Ah eu ia me esquecendo eu tinha a roupa da Mulher Maravilha sim.. "
Bianca

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