quarta-feira, 22 de julho de 2009

O trecho que nao escrevi

" Quero olhar pela primeira vez o sol, se amanhã fizer sol; o tempo nublado, se amanhã estiver nublado. Acima de minha cabeça existe um céu que a humanidade inteira, em milhares de anos de observação, já deu uma série de explicações razoáveis. Pois eu esquecerei todas as coisas que aprendi a respeito das estrelas, e elas se transformarão de novo em anjos, ou em crianças, ou em qualquer coisa que eu sentir vontade de acreditar no momento. E, finalmente, que eu olhe a mim mesmo como se fosse a primeira vez que estivesse em contato com meu corpo e minha alma. Que eu olhe esta pessoa que caminha, que sente, que fala como qualquer outra, que eu fique admirado com seus gestos mais simples, como conversar com o carteiro, abrir a correspondência...E assim, permanecerei o que sou e o que gosto de ser, uma constante surpresa para mim mesma (...).O que não foi criado nem por meu pai, nem por minha mãe, nem pela minha escola, mas por tudo aquilo que vivi até hoje, que esqueci de repente e estou descobrindo de novo."
Somos nos nossos proprios escultores, o que faco com minha alma e minha responsabilidade eu devo dar o primeiro passo. O que busco e o que percebo a minha volta e o que trago comigo.
Desenho novas historias, rabisco meu futuro, por isso eu sei, tenho passado horas comigo, sinto como se estivesse com um encontro marcado, como se algo especial estivesse reservado para mim, entao para isso quero estar como se nao soubesse nada da vida, esperando com delicadeza vendo tudo sem julgamento...
A vida nao nos limita. Nossos olhos que nos limitam, viciamos na beleza mediocre das coisas, pois exergamos beleza no que e futil e passageiro, por ser mais facil, por trazer prazer rapido e instantaneo para nosso orgulho, por aliviar nossa angustia de sermos incompletos e inacabados sempre buscando... sempre buscando... Como cavalos desenfreados as vezes agimos sem sentido evitando o desprazer e buscando o prazer efemero das coisas a nossa volta.
Por isso as vezes o automatismo faz com que esquecamos de apreender, e com isso nao sentimos que a grandeza da vida ainda sao os pequenos instantes que nos permitimos sermos gente de verdade, de amarmos com ternura sem julgamento, sem prontas respostas.
Ha ternura em fazer um bolo de chocolate, mesmo que os versos que o bolo conta ninguem vai ouvir, pois eu nao escrevi.

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